Com a chegada do frio, aumentam os casos de doenças respiratórias 3c7225
Região da 14ª Coordenadoria de Saúde já registra 76 hospitalizações e seis óbitos neste ano - um deles de morador de Três de Maio 2ng65

Com a chegada das baixas temperaturas, aumentam os casos de doenças respiratórias, como gripes, resfriados, bronquites e quadros graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Somente no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de 100 atendimento, a maioria é por Síndrome Respiratória. “Em uma média de 100 atendimentos, 90% foram com sintomas respiratórios nesses últimos dias”, disse o médico e coordenador da unidade de Emergência do HSVP, Paulo Iorck.
O cenário acendeu o alerta das autoridades em saúde, que pedem à população a adoção de cuidados básicos, porém essenciais, como a vacinação e a atenção aos sinais de agravamento dos sintomas.
“A vacinação nesta situação de surto viral é extremamente importante para evitar complicações, internações e infecções mais graves”,
afirma o médico pneumologista Jean Zanetti
De acordo com o médico pneumologista Jean Zanetti, o cenário já é de preocupação. “Nas últimas semanas vem se observando um aumento significativo de casos de infecção respiratória, notadamente do vírus influenza A. Também são frequentes exacerbações de casos de asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)”, pontua.
Zanetti alerta para a gravidade dos casos registrados neste ano. “Há a tendência de aumento de infecções respiratórias, inclusive com complicações graves, principalmente em pacientes mais vulneráveis, como crianças e idosos. Porém, estamos notando também aumento significativo de síndromes respiratórias graves em adultos e adultos jovens. O motivo preponderante mais aparente é o vírus influenza A”, observa.
Quando buscar atendimento médico
Entre os sintomas que exigem atenção médica imediata, o médico pneumologista destaca: “Febre alta, dificuldade respiratória, chiado e dor no peito e calafrios são sintomas de alarme e que devem levar as pessoas a busca imediata de atendimento médico. Já em idosos e crianças, mudanças de comportamento, sonolência excessiva e alteração na ingestão de alimentos podem ocorrer e são sinais de maior preocupação”.
A importância da vacinação
A vacinação segue sendo uma das principais estratégias para reduzir o impacto das doenças respiratórias nesta época. “A vacinação nesta situação de surto viral é extremamente importante para evitar complicações, notadamente internações e infecções até mais graves, como pneumonias bacterianas secundárias. É essencial que pacientes de grupos de risco, e mesmo aqueles fora do grupo que tiverem oportunidade, façam a vacina. Deixando bem claro que a vacina contra Influenza não causa gripe, pois é feita de fragmentos do vírus (vírus morto)”, explica.
Zanetti ainda faz um alerta sobre automedicação: “gostaria de acrescentar também que antibióticos são ineficazes contra o vírus da gripe, além de outras medicações que não devem ser usadas exceto em raríssimas ocasiões: os corticoides (que podem inclusive piorar o quadro por diminuir a imunidade natural do paciente)”.
Vacinação contra a gripe está liberada para todos os públicos 6e6b4s
Em Três de Maio, imunização acontece na Unidade Central e em quatro ESFs, de segunda a sexta-feira
Desde a semana ada, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) definiu junto aos municípios a liberação da vacinação contra a gripe (influenza) para a população em geral, desde que acima dos seis meses de idade. Apesar da flexibilidade, a recomendação, porém, segue para que as pessoas dos grupos prioritários façam a dose.
Em Três de Maio, a imunização ocorre na ESF Viva Bem (Promorar), ESF Viva Mais (São Pedro), ESF Viva Saudável (Manchinha), ESF Viva Melhor (Consolata) e Unidade Central.
O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h.
A diretora do Cevs, Tani Ranieri, pondera que, mesmo com a liberação, permaneça a orientação de que os grupos prioritários façam a adesão à imunização, visto que os dados epidemiológicos apontem eles como o de maior risco de agravamento ou até óbito. Neste ano já foram registradas 37 mortes em decorrência da infecção pelo vírus influenza. Dessas, 25 foram entre idosos e dois entre crianças abaixo dos cinco anos de idade.
Entre os grupos prioritários também está o das pessoas com comorbidades — indivíduos com doenças crônicas ou condições clínicas que aumentam o risco de complicações e morte em caso de infecção pelo vírus.
As comorbidades mais comuns entre os casos que precisam de internação são doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e doenças respiratórias. Dados de 2024 apontem que 64% das hospitalizações por gripe e 87% das mortes ocorreram entre pessoas com essas condições.
Na lista de comorbidades com indicação à vacinação, estabelecida pelo Ministério da Saúde, estão elencadas uma série de doenças crônicas e outras condições clínicas especiais. Entre elas estão as doenças respiratórias crônicas, cardíacas, renais, neurológicas, hepáticas, diabetes, imunossupressão, entre outras.
Comentários (0) 4v3i2q