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TRÊS DE MAIO  E SUA HISTÓRIA - COMERCIAL DOCKHORN S/A

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Quando chegou a Buricá, em 1922, Germano Dockhorn havia trazido consigo uma boa quantia em dinheiro, proveniente, provavelmente, da venda das terras da família que havia herdado em Monte Alverne, distrito de Santa Cruz. 
Com um capital de 13:000$000 (treze mil contos de réis), começou a levantar a sua própria casa comercial, e logo as portas da “Casa Germano Dockhorn” foram abertas à clientela de Buricá.  Com o terreno e as instalações, gastou cerca de 9 mil contos de réis;  comprou também uma carroça com seis cavalos que lhe custaram mais dois contos, restando-lhe outros dois contos para a aquisição de mercadorias. 
No estabelecimento, comercializavam desde alfinetes até munições para armas de caça. Além disso, vendiam também tecidos, camisas, calças, sapatos, grãos, doces, tudo o que pudesse ser encontrado nas melhores casas comerciais dos grandes centros urbanos. 
Os produtos comercializados na Casa Germano Dockhorn eram trazidos de Ijuí ou Santo Ângelo, numa viagem de carroça que exigia, entre ida e volta, 8 dias, por estradas quase intransitáveis. 
Em 1923, durante a revolução, em uma dessas viagens a Ijuí, a carroça que trazia as mercadorias de Germano foi assaltada e os bandoleiros levaram não só as mercadorias como também os cavalos, deixando seu carroceiro abandonado ao lado da carroça no meio da imensidão dos campos entre Ijuí e Buricá. Mas isso não o fez desanimar, e como muitos colonos não possuíam dinheiro, Germano ou a aceitar os produtos dos quais eles dispunham em suas propriedades em troca; ele disponibilizava crédito na loja, que podiam ir gastando na medida de suas necessidades. 
Os colonos traziam leite, banha, tubérculos, grãos, tudo o que produziam, e trocavam pelos créditos, e, por isso, praticamente não compravam em outros locais, apenas na “Comercial Germano Dockhorn”. Assim, Germano Dockhorn foi ganhando muita força no comércio local, e em épocas de colheita, como não tinham onde armazenar seus grãos, os colonos traziam toda a sua colheita para o estabelecimento, onde trocavam pelos créditos, que iam gastando ao longo do ano.  Uma vez por mês, os colonos vinham até a vila e faziam suas compras,    que eram descontadas dos créditos que possuíam.
Mais tarde, com colheitas fracas, porcos também acabaram virando créditos, pois ficava difícil alimentá-los, e como a criação se limitava ao espaço que possuíam, aram a utilizá-los como moeda. À medida que mais leitões surgiam, por questões de logística, Germano ia anotando em uma caderneta o nome do colono e a quantidade de porcos que deveria retirar na propriedade. Quanto tinha um bom número de porcos para recolher,  um caminhão ava pegando cinco porcos aqui, oito porcos dali, mais três em outra propriedade mais adiante. Os animais recolhidos eram imediatamente levados para o frigorifico Prenda, em Santa Rosa, que arrematava toda a produção de suínos na região. 
Com o ar do tempo,  chegou o momento em que Germano acharia que, se os criadores de porcos de Buricá tivessem seu próprio frigorífico, conseguiriam se tornar mais competitivos no mercado, já que a produção suína em Buricá era bastante significativa.
 Assim, viria uma nova página na história de Três de Maio, pois alguns anos depois Germano Dockhorn seria um dos principais idealizadores da “Cooperativa de Produtos Suínos de Buricá”. 
Germano Dockhorn ainda abriria uma segunda casa comercial em Cruzeiro, Santa Rosa, que posteriormente foram chamadas de “Comercial Dockhorn S/A”.

Registro do interior da Casa Germano Dockhorn

As crianças em primeiro plano são os quatro filhos mais velhos de Germano Dockhorn: Walter, Gerda, Theo e mais ao centro, de muletas, Bruno Dockhorn, 
que perdeu uma das pernas quando criança em um acidente em uma serraria

 

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