Três de Maio está entre os 20% dos  municípios com melhor desempenho em Emprego & Renda, aponta Firjan

Índice considera geração de empregos formais, distribuição de renda, diversidade econômica, PIB per capita e taxa de pobreza.  
Já no IFDM, município se manteve na faixa de desenvolvimento moderado, alcançando 94º lugar entre os 497 municípios do Rio Grande do Sul.

 

Com um índice de 0,9208 na dimensão Emprego & Renda, Três de Maio obteve um dos melhores desempenhos da microrregião no mais recente levantamento do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado neste mês. O resultado impulsiona a média geral do município, que alcançou nota 0,7568, mantendo-se na faixa de desenvolvimento moderado.
O IFDM é elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e mede o progresso socioeconômico de mais de 5,5 mil cidades brasileiras, com base em dados oficiais de 2023, nas áreas de Emprego & Renda, Saúde e Educação. Os índices variam de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento.
Três de Maio ocupa a 626ª posição no ranking nacional e o 94º lugar entre os 497 municípios do Rio Grande do Sul. 
O desempenho de 0,9208 em Emprego & Renda posiciona o município entre os 20,3% das cidades brasileiras com elevado nível de desenvolvimento nesse aspecto, que considera geração de empregos formais, distribuição de renda, diversidade econômica, PIB per capita e taxa de pobreza. O dado representa um avanço em relação a 2022, quando a pontuação foi de 0,7400, embora ainda abaixo do recorde histórico registrado em 2021 (0,7734). Entre 2013 e 2023, o crescimento nesse indicador foi de 9,25%.
Por outro lado, os dados referentes à Educação e à Saúde apresentaram comportamentos distintos. Enquanto a Educação avançou para 0,7113, permanecendo na categoria de desenvolvimento moderado, a área da Saúde teve queda, ando de 0,6587 em 2022 para 0,6384 em 2023. No período de 2013 a 2023, o índice educacional teve um aumento de 18,31%. Já a Saúde retraiu 6,84% na década avaliada, conforme dados da Firjan.

Microrregião revela contrastes entre municípios

Na microrregião de Três de Maio, Boa Vista do Buricá também obteve destaque na dimensão de Emprego & Renda, com nota 0,8905, além de alcançar média geral de 0,7613. Nova Candelária teve 0,9217 nesse critério — levemente acima de Três de Maio — e 0,7505 no índice total. Já São José do Inhacorá não teve pontuação geral divulgada por falta de dados na área da Educação, mas registrou bons resultados em Saúde (0,7607) e Emprego & Renda (0,8581).
Em sentido oposto, os municípios de Independência e Alegria apresentaram desempenhos mais baixos. Independência obteve média geral de 0,6540, com 0,6679 em Emprego & Renda. Alegria, apesar de ter se saído bem em Saúde (0,7814), ficou com apenas 0,5696 no indicador de Emprego & Renda — o menor entre os analisados na região. Na média geral, o município obteve  o IFDM 0,7009. 
Cidades gaúchas
Lajeado lidera o ranking do Rio Grande do Sul e ocupa a 11ª colocação nacional em desenvolvimento municipal, segundo o IFDM, com índice de 0,8680. Localizado no Vale do Taquari, o município se destaca principalmente na dimensão de Emprego & Renda (0,9992). Na região Noroeste, Ijuí é o melhor colocado, figurando na 3ª posição estadual e na 21ª nacional. 
Entre as 485 cidades gaúchas com índice Firjan, o pior desempenho também está na região Noroeste. São Valério do Sul, distante 113 quilômetros de Três de Maio, ocupa a 485ª colocação no Estado e a 5.383ª no país, com índice de 0,3745, considerado de desenvolvimento crítico.
A capital gaúcha, Porto Alegre, atingiu seu melhor resultado em uma década (0,7515), com desempenho em Emprego & Renda (0,9358), mas com baixa pontuação em Educação (0,5705).

Municípios da Amufron

O município de Santa Rosa é o destaque regional no ranking do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), liderando entre os 20 municípios que integram a Associação dos Municípios da Fronteira Noroeste (Amufron). Com nota 0.8467, a cidade conhecida como “Berço Nacional da Soja” ocupa a 52ª posição nacional e a 5ª no Estado, consolidando-se como um dos melhores desempenhos do Rio Grande do Sul. 
Entre os cinco melhores colocados da região, além de Santa Rosa, estão Horizontina (0.7824), Santo Cristo (0.7637), Boa Vista do Buricá (0.7613) e Três de Maio (0.7568). Todos esses municípios obtiveram destaque no indicador de Emprego & Renda, evidenciando o dinamismo econômico regional.
Horizontina, por exemplo, atingiu a nota de 0.8491 em Emprego & Renda, aliada a uma boa pontuação em Educação (0.8150), mesmo com uma performance mais modesta em Saúde (0.6832). Já Boa Vista do Buricá apresentou um equilíbrio entre os três indicadores, com 0.8905 em Emprego & Renda, 0.7529 em Saúde e 0.6404 em Educação.
Na outra ponta do ranking regional, os três municípios com pior colocação no IFDM da Amufron são Novo Machado (0.5492), Porto Lucena (0.5606) e Porto Mauá (0.6107). As notas mais baixas foram puxadas, principalmente, pelo baixo desempenho em Educação e Emprego & Renda.
Novo Machado, o último colocado da região, tem os piores índices nos três indicadores: 0.4808 em Educação, 0.6437 em Saúde e apenas 0.5231 em Emprego & Renda. Situação semelhante é observada em Porto Lucena, com 0.5145 em Saúde e 0.5416 em Emprego & Renda, o que o coloca na 435ª posição estadual e 3529ª nacional.

Desigualdades persistem no Brasil

Apesar dos avanços registrados em diversas localidades na última década, o IFDM 2023 revela um país ainda marcado por fortes disparidades. De acordo com o levantamento, 47,3% dos municípios (2.625) apresentam desenvolvimento socioeconômico baixo ou crítico, afetando cerca de 57 milhões de brasileiros. Apenas 4,6% das cidades atingiram alto nível nos três pilares avaliados (Educação, Saúde e Emprego & Renda).
“O estudo demonstra que, mesmo com progressos em várias regiões, ainda existem localidades onde sete em cada dez empregos formais estão concentrados na istração pública. Nossos cálculos mostram que os municípios com desenvolvimento crítico têm, em média, mais de duas décadas de defasagem em relação aos mais avançados do país”, afirmou o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

 

‘Alto desenvolvimento no índice é resultado de diferentes fatores’, avalia presidente da ACI 5s5j68

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Três de Maio - ACI, Jesildo Moura de Lima, o alto desenvolvimento no índice de Emprego & Renda no município é fruto de diferentes fatores. “Essa análise, para nós, é gratificante. É sinal de um ponto positivo, e acreditamos que é resultado do esforço de muitas mãos — seja por meio de políticas públicas, seja por parte dos empresários e, principalmente, pela diversidade que temos nas empresas de Três de Maio”, analisa o presidente da ACI. 
Para ele, a capacitação profissional também é fundamental. “Nossos colaboradores, ao buscarem qualificação, contribuem para esses índices de melhor empregabilidade. Acreditamos que esse conjunto de ações, a diversidade de alternativas de capacitação e os programas desenvolvidos tanto por entidades quanto por parceiros e pelas políticas públicas vêm contribuindo para a melhoria dos índices de empregabilidade”, finaliza Jesildo.

Presidente da ACI,
 Jesildo Moura de Lima